Uma das questões que mais me afligem e que me movem na busca de interlocução é a de ser brasileiro em um mundo em que tanto se prega a globalização. O impacto disto neste país em que os abismos sócio-culturais são imensos e no qual uma elite potente busca controlar o que se entende por arte é assustador.
É cômodo pensar em globalização quando esta é vista a partir da perspectiva dos “centros”, em que a História é conduzida por estes detentores de poder e nos encontramos neste centro. Mas fica um pouco complexo olhar para isso tudo quando estamos vendo das bordas, dos cantos de um país que já é, em si, periférico e percebemos uma profunda gama de experiências pouco conhecidas por aqueles que deveriam acompanhar esta produção.
Longe de querer constituir um discurso mal humorado já no primeiro post, apenas evidencio uma situação. É muito fácil ver jovens artistas poliglotas correndo rumo ao mercado, sintonizados com toda uma produção intelectual internacional, mas que pouco conhecem sobre a produção intelectual produzida aqui, e quanto mais esta produção se afasta dos centros, mais turva vai ficando a visão daqueles que não se interessam por conhecer este outro, que não é igual e nem opera nas mesmas bases.
Aí, querer esperar por reflexões sobre as especificidades das regiões é quase um delírio. Mas sei, existem pessoas que não estão interessadas apenas na arte mediada no mainstream, e que sim, se interessam por observar o que vem acontecendo nesses outros lugares. Ainda não conseguimos dar conta de nosso legado antropofágico, de nosso tropicalismo, mas não perdemos os novos títulos do M.I.T; mas podemos também traçar estratégias, vinculações, encontrar pares para pensar e poder afirmar que, sim, existem outros modos de fazer, de olhar, de estar no mundo e que estamos fazendo arte e história também, existindo ao lado, junto, nos colocando um pouco nos diversos lugares do outro, desses vários e diversos outros. É acreditando nessa potência que está aí, nesses vários cantos que começo por aqui. Sabendo que entre nós existe um espaço viável, cheio de possibilidades entre tudo isto.
É cômodo pensar em globalização quando esta é vista a partir da perspectiva dos “centros”, em que a História é conduzida por estes detentores de poder e nos encontramos neste centro. Mas fica um pouco complexo olhar para isso tudo quando estamos vendo das bordas, dos cantos de um país que já é, em si, periférico e percebemos uma profunda gama de experiências pouco conhecidas por aqueles que deveriam acompanhar esta produção.
Longe de querer constituir um discurso mal humorado já no primeiro post, apenas evidencio uma situação. É muito fácil ver jovens artistas poliglotas correndo rumo ao mercado, sintonizados com toda uma produção intelectual internacional, mas que pouco conhecem sobre a produção intelectual produzida aqui, e quanto mais esta produção se afasta dos centros, mais turva vai ficando a visão daqueles que não se interessam por conhecer este outro, que não é igual e nem opera nas mesmas bases.
Aí, querer esperar por reflexões sobre as especificidades das regiões é quase um delírio. Mas sei, existem pessoas que não estão interessadas apenas na arte mediada no mainstream, e que sim, se interessam por observar o que vem acontecendo nesses outros lugares. Ainda não conseguimos dar conta de nosso legado antropofágico, de nosso tropicalismo, mas não perdemos os novos títulos do M.I.T; mas podemos também traçar estratégias, vinculações, encontrar pares para pensar e poder afirmar que, sim, existem outros modos de fazer, de olhar, de estar no mundo e que estamos fazendo arte e história também, existindo ao lado, junto, nos colocando um pouco nos diversos lugares do outro, desses vários e diversos outros. É acreditando nessa potência que está aí, nesses vários cantos que começo por aqui. Sabendo que entre nós existe um espaço viável, cheio de possibilidades entre tudo isto.
Oi Orlando!
ResponderExcluirParabéms pela iniciativa de criar este novo espaço de interlocução. Como eu nunca consegui separar a arte da política* e vice-versa, senti-me muito motivado a comentar o teu "Abre Alas". Penso que o reconhecimento da importância do que os artistas e intelectuais dos "territórios não hegemônicos" estão produzindo deve iniciar, sobretudo, pelos formadores de opniões não hegemônicos. Como no conto "A Cadeira" de Saramago, acredito que nossas iniciativas profissionais são capazes de corroer gradativamente o trono dos "monarcas". E olha que o trono já está vindo abaixo a algum tempo: basta olhar para os últimos 20 anos e perceber a crescente presença da produção contemporânea "não hegemônica" nos "centros do Sistema de Arte" através de artistas como: Alberto Bitar, Alexandre Sequeira, Armando Sobral, Dirceu Maués, Orlando, Flávio, Lúcia Gomes etc.Tudo, sem nenhum teor de regionalismo barato. Bem, chega de papo...vamos trabalhar!
Um abraço! Há! Aproveito para te convidar para uma visita ao Blog http://artepesquisaensino.blogspot.com